Todos os meus desejos se esvaem como lágrimas de meus olhos, e as correntes se prendem aos braços e tornozelos mais uma vez. A liberdade que um dia me pertencera está partindo. Eu estou preso em um ciclo vicioso, mas não posso evitar te perdoar de novo.
Os gritos se resumem a malabarismos oratórios. Tuas palavras ainda me atingem como se fosse a primeira vez, e eu te vejo diante de mim, naquele palco endeusado por todos, anunciando meus pecados. Temo pela minha vida, ainda preso naquelas correntes, eu temo e tremo, desejando me esconder debaixo de cobertores para me proteger dos monstros da noite.
Mas talvez você esteja certo, talvez eu esteja a fadado a ser apenas isso. Somente um rato insignificante que se esconde atrás de palavras em uma tela, uma sopa do alfabeto, tentando formar significados por trás de cada letra, mas incapaz de decifrar as próprias emoções ainda que elas sejam tão óbvias. Talvez você tenha a certeza nas tuas falas, porque sempre esteve no controle no fim das contas, e eu tenha sido apenas a marionete no seu show de horrores, movido a cordas.
Eu me sinto preso a você e não sei como escapar.
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