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Delicado

 Delicado como uma pétala de flor. Meu amor é jovem, delicado, quebradiço. Você não é frágil, mas delicado com as palavras. Elas me tocam, por dentro e por fora, fazem cócegas, me adoram e eu as adoro. 

Um suspiro, talvez dois, então você vai embora. É tão delicado, suas mãos tocam meu rosto sem estarmos perto um do outro.

Delicado, eu o beijo em meus pensamentos, sinto-o me envolver em abraços acolhedores, e a tempestade vai embora. Estamos sozinhos. Juntos, mas sozinhos.

Delicados são meus sorrisos quando penso em você. O coração anseia, o rosto queima, eu sinto que posso morrer. Caio sobre nuvens e flutuo por céus escuros, vagando por um vasto mundo. Eu contemplo tudo: delicado.

A vida é frágil, podendo ser rude, bruta, mas ainda é bela. Então dançamos juntos, a noite toda na passarela. Suas mãos exploram minha cintura, e eu o ataco com os lábios meus. 

Um suspiro, talvez dois, e repetimos outra vez.

Delicado; este mapa mental, tão bagunçado, desorganizado, levou-me até você. Delicado, tu me chamas sem ver as verdadeiras brasas a queimar. 

E o rosto queima, o coração anseia por seu chamado. Trocamos olhares, sorrisos, momentos. Momentos tão delicados quanto meu amor jovem. 

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